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Passos Coelho "o realizador" vs António Costa o "planeador"

há 446 semanas

Começo com uma forte probabilidade e com uma certeza. A forte probabilidade é que um dos dois - Pedro Passos Coelho ou António Costa - vai ser o futuro o primeiro-ministro de Portugal. A certeza é que, mesmo tendo em conta o contexto, as suas decisões serão fortemente influenciadas pelos seus traços de personalidade. 

Para os avaliar, recorremos ao Myers-Briggs Type Indicator (MBTI), a metodologia de avaliação de personalidade mais usada no mundo, que ajuda a conhecer, organizar e respeitar os traços de personalidade de cada pessoa. Realço que, utilizar este método sem aplicação dos respectivos testes a cada um dos candidatos, é um mero exercício de "adivinhação", sem rigor científico.

Dito isto, parece-nos que, no caso de Passos Coelho, estaremos perante um perfil ISTJ, mais concretamente um I baixo, um S elevado, um T elevado e um J médio. As pessoas com este tipo - os ‘realizadores' - são realistas e concretizadoras por excelência, possuindo um espírito independente, exigente, corajoso e pragmático. São pessoas lógicas, analíticas, objectivas, fiáveis, minuciosas, directas e determinadas. Preferem tratar de problemas reais, através de aproximações racionais, baseadas em factos e dados e de forma pensada e metódica. Em excesso, podem tornar-se teimosas, perfeccionistas e "picuinhas". 

Os ‘realizadores' são extremamente dedicados e focados. Necessitam de tempo para aderir a um projecto mas, depois de o fazer, não desistem e possuem um sentido do dever que os leva a assumir responsabilidades que, frequentemente, ultrapassam aquilo que lhes seria exigível. Conseguem manter uma máscara de impassibilidade, mesmo nas situações mais tensas, embora, na verdade, as estejam a viver intensamente. 

Socialmente, são reservados e, por vezes, um pouco tímidos. Demoram algum tempo a "dar-se" e apreciam relações continuadas e com comunhão de valores e objectivos. 

Demonstram alguma dificuldade em lidar com a falta de clareza e a mudança, podendo tornar-se inseguros, tensos e fechados neste tipo de situações. 

António Costa, por seu lado, será, provavelmente, um ENTP, com um E baixo (próximo do I), um N médio, um T médio e um P baixo. Rápidos, engenhosos e com muitos talentos, as pessoas com este tipo - os ‘planeadores' - são estrategas visionários que procuram compreender e melhorar o mundo em que vivem. Curiosos, conceptuais, optimistas e inovadores, os ‘planeadores' vivem no mundo de possibilidades e são estimulados por conceitos, desafios e dificuldades, que são hábeis a ultrapassar.

Flexíveis, talentosos e adaptáveis, conseguem interessar-se por muitas coisas ao mesmo tempo e ser bons em quase tudo que lhes interessa. São excelentes a improvisar e a encontrar soluções criativas, conseguindo entusiasmar-se e entusiasmar os outros. São também muito rápidos e perspicazes a entender as outras pessoas e a ganhar o seu apoio para os seus projectos. 

Habitualmente, obtêm maior prazer na geração de ideias, do que a decidir ou executá-las. Em excesso, o seu desinteresse pelos detalhes, pode torná-los superficiais. A sua orientação para múltiplos interesses pode originar dificuldade em terminar o que começam. Em stress, podem tornar-se duros e autoritários. Socialmente são, em regra, uma companhia agradável e estimulante. Comunicativos, tranquilos e criativos, adoram um bom debate, podendo argumentar (por vezes em excesso), para se divertir, em ambos os lados da questão.

Que primeiro-ministro esperar?
Com Passos Coelho teremos, provavelmente, um primeiro-ministro que "fará o que tem de ser feito", ou seja, mais centrado na resolução dos problemas concretos, do que em criar grandes estratégias e planos. Será certamente um mandato seguro, estável, rigoroso no controlo das contas, mas sem grandes rasgos, nem grandes ideias e projectos (aventuras, na sua opinião) para o futuro do país. 

Contido nas declarações e ponderado na decisão (I), Passos Coelho será um primeiro-ministro realista, pragmático, metódico (S), analisando meticulosamente todos os dados e tomando decisões firmes e racionais (T). Tenderá a criar à sua volta um ambiente estruturado e planeado (J), mas tendo alguma inflexibilidade e dificuldade em lidar com situações inesperadas e ou em incentivar a inovação. O seu perfil de focalização e de elevado rigor na análise (IS), conjugado com um forte racionalismo na decisão e inflexibilidade na forma de gerir, (TJ) criam o risco de se "tornar surdo aos sentimentos das pessoas".

Com António Costa teremos um primeiro-ministro sempre "entusiasmado com um novo desafio", ou seja, mais orientado para pensar e planear a longo prazo, provavelmente associado a uma visão estratégica para o país. Será seguramente um líder optimista, empreendedor, entusiástico, com uma grande variedade de iniciativas (E) e um gosto especial por projetos modernos e inovadores (N). 

Conjugará, provavelmente, a sua capacidade analítica, de planeamento e de decidir de forma racional (T), com uma grande flexibilidade, inspiração e capacidade de gestão de mudanças complexas (P). A sua multiplicidade de interesses pode levá-lo a dispersar-se e a não concluir alguns. A sua racionalidade torná-lo-á exigente, podendo chegar a ser impiedoso. 

Dizem os especialistas que não há "tipos" bons nem maus. Cada um tem os seus "prós" e "contras". Mas quando se trata de titulares de cargos com um forte impacto na vida de muitas pessoas, escolher o "tipo" certo plara o momento certo, pode significar para o Portugal o caminho da consistência e segurança ou o caminho da inovação e do risco. A personalidade é deles. A escolha é sua.

http://economico.sapo.pt/noticias/passos-coelho-o-realizador-vs-antonio-costa-o-planeador_229824.htm

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